Mulheres
De todos, uma.
De todos os tamanhos, cores e feitios
De todas nós, fruto
Deste nosso, meu e vosso ventre
Das salgadas lágrimas aos risonhos brados de voz
Senhoras do pão dos homens,
Amassados nos recantos do dedilhar a pele do nosso centro.
Vós, daqueles seres de e sem trono
Sejais e és bendita figura do futuro criadora
Arregaçai aos mãos ao templo das horas
E forjai, de nós, por nossos frutos
O caiar da alegria, em todos os tons do querer.
Mulher
Do nada vieste, como de passado escuso fosses
Foste fruto da discórdia,
Elo de amores, razão de lutas sem par
Sossego dos heróis, ofereceste.
De todos os respirares, por entre as nossas vistas
Quebraste o rumor do não ter
Tiveste a bravura escondida nas veias
A teimosia criada pela defesa dos seus
A voz do passado, crente, no presente
A palavras escrita nos alvíssimos quebrantos
Dos dias, nascidos
Das noites apartadas pela correria do fazer caminho
Desbravar terrenos sem terra,
Força da sensibilidade nossa.
Só nossa, desigual a todas.
A todas
De todos os tamanhos, cores e sentires.
Mulher. Mulheres.
Sois os sóis de todos os nasceres.
https://www.youtube.com/watch?v=alPaK2NQfyw